A vingança serve-se a peso

Voltei a inscrever-me num ginásio. Quando estava a fazer a matrícula, um brasileiro de um metro e meio de altura por outro metro e meio de largo abeirou-se de mim com a gentileza de um canhão, cumprimentou-me, pegou-me na mão e beijou-a. Eu retraí-me, atirei-lhe um diplomático e furtivo "boa tarde" e corri em direcção a uma caixa multibanco porque não tinha levado dinheiro suficiente para a matrícula. Quando voltei, para regularizar as contas e fazer a minha primeira aula de Body-Pump, percebi que afinal o brasileiro era o professor Júnior, que me pôs mais dois quilos de pesos em cada ponta da barra de ferro, em comparação com as restantes raparigas.