Contra mim falo, mas as redes sociais angustiam-me. Se não tenho nada a dizer no Twitter, será porque sou pobre de espírito? Se tenho menos de cem passaradas a seguirem-me, será porque não sou popular? Se não visito o Facebook com frequência, será porque não tenho vida social? Se as pessoas não me recomendam no LinkedIn, será porque não tenho interesse profissional nem pessoal? Se não escrevo três posts por causa do quadro do Gustave Courbet e dez sobre o congresso do PS, será porque não tenho poder de análise?
E se eu não tiver nada de nada a dizer, nem em 140 caracteres nem em menos? E se eu finalmente disser alguma coisa, no meio da floresta, onde ninguém me pode ver nem ouvir, será que produzo barulho ao articular a frase?
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